Por el derecho a la privacidad mediante el uso de encriptación

Por el derecho a la privacidad mediante el uso de encriptación

Las organizaciones abajo firmantes, involucradas con el ecosistema digital de América Latina, manifestamos nuestra preocupación frente a los requerimientos públicos de los gobiernos de Alemania, Australia, Estados Unidos y el Reino Unido de limitar o debilitar el uso de encriptación en las redes y servicios  digitales, lo que pondría en riesgo la seguridad e integridad de Internet y la privacidad de las comunicaciones.  

Servicios críticos de salud, sistemas utilizados en el sector financiero, en el campo de la de seguridad pública, en los transportes, en la agricultura y la industria, entre otros dependen de avanzadas técnicas de encriptación para asegurar la inviolabilidad e integridad de las comunicaciones, condición esencial para que puedan operar en un marco de confianza y certidumbre.  La ausencia o debilitamiento de dichos mecanismos de cifrado podría comprometer seriamente la provisión de servicios esenciales, exponiendo las infraestructuras críticas de información a ataques externos. Asimismo, debilitar o eliminar los mecanismos de encriptación las comunicaciones digitales, impiden la existencia de millones de transacciones comerciales que acontecen en nuestros países

Es necesario preservar el derecho a comunicarse sin miedo a ser vigilado, que es un requisito para la libre expresión y para la organización social y política. Si se disminuye la privacidad de las comunicaciones en nombre de la seguridad, al mismo tiempo se debilita la propia seguridad digital. Habilitar mecanismos para acceder a las comunicaciones privadas a través de “puertas traseras” o vulnerabilidades artificiales solamente debilita la seguridad de todos. Asimismo, aún y cuando no se eliminen los mecanismos de encriptación, pero sólo con el hecho de debilitarlos podría tener un efecto catastrófico en la confianza para el ecosistema digital, generando un impacto económico mucho mayor del esperado.

Desde el desarrollo de infraestructuras críticas, pasando por la digitalización de la economía, hasta la protección de los derechos fundamentales y la democracia, las tecnologías de encriptación aseguran que la información se encuentra protegida y que no sea violada. La encriptación es seguridad y es privacidad, dos pilares fundamentales que se complementan para sostener el progreso de nuestras sociedades. Por ello, rechazamos los requerimientos de limitar o prohibir la encriptación y hacemos un llamado a  todas las partes interesadas a trabajar en conjunto para mejorar la seguridad digital.

ALAIInternet SocietyLACNIC

Versión en Inglés

The organizations below express their concerns over the request issued by some governments (Australia, Germany, the United States and the United Kingdom) to limit or ban the use of encryption in digital networks and services, which would put at risk the security and integrity of the Internet and the confidentiality of communications.

Critical health services, systems used by the financial sector, in the fields of public security, transportation, agriculture and industry, among others, rely on advanced encryption techniques to ensure the inviolability and integrity of communications, an essential condition for them to operate within a framework of trust and stability. The absence or weakening of such encryption mechanisms could seriously compromise the provision of essential services, and expose critical information infrastructures to external attacks. Moreover, weakening or eliminating encryption mechanisms used in digital communications would hinder the existence of millions of commercial transactions that occur in our countries. 

It is necessary to preserve the right to communicate without fear of being  surveilled, which is a requirement for freedom of expression, of association, and of political organization. If the privacy of communications is diminished in the name of security, at the same time the digital security itself is weakened. Enabling mechanisms to access private communications through “back doors” or artificial vulnerabilities only weakens the security of all. Undermining encryption could have a severe impact in the trust of the digital ecosystem, generating such an economic loss that might be higher than could be foreseen.  

From the development of critical infrastructure, through the digitization of the economy, to the protection of fundamental rights and democracy, encryption technologies ensure that information is protected and that it is not violated. Encryption is security and privacy, two fundamental pillars that complement each other to sustain the progress of our societies. Therefore, we reject any requirements to weaken or limit encryption and call on all interested parties to work together to enhance digital security.

Versión en Portugués

As organizações envolvidas com o ecossistema digital da América Latina que subscrevem este documento expressam preocupação com requisições feitas por alguns governos (Alemanha, Australia, Estados Unidos e Reino Unido) no sentido de limitar ou vulnerabilizar o uso de criptografia em redes e serviços digitais, algo que colocaria em risco a segurança e a integridade da Internet e o sigilo das comunicações.

Serviços críticos de saúde,  setor financeiro,  segurança pública,  transportes,  agricultura,  indústria, dentre outros, dependem de técnicas avançadas de criptografia para assegurar a inviolabilidade e a integridade das comunicações, que são condições essenciais para atuarem dentro de um marco de confiança e estabilidade. A ausência ou enfraquecimento de mecanismos de criptografia pode comprometer gravemente a provisão de serviços essenciais, expondo-os a ataques externos as infraestruturas críticas de informação. Da mesma forma, debilitar ou eliminar tais mecanismos nas comunicações digitais obstaculizam milhões de transações comerciais que acontecem em nossos países. 

É necessario preservar o direito a comunicar-se sem medo de ser vigiado, que é um requisito às liberdades de expressão, associação e política. Se houver diminuição da privacidade nas comunicações em nome da segurança, simultaneamente se enfraquece a própria segurança digital. Permitir o uso de “portas traseiras” ou vulnerabilidades artificialmente em sistemas digitais para dar acesso a comunicações privadas diminui a segurança de todos. Além disso, mesmo que não se eliminem mecanismos de criptografia, o simples fato de debilitá-los pode ter um efeito severo na confiança ao redor do ecossistema digital, gerando um impacto econômico muito maior do que se pode prever.

Tanto no que diz respeito ao desenvolvimento de infraestruturas críticas, passando pela digitalização da economia, e até mesmo no campo dos direitos fundamentais e da democracia, as tecnologias de criptografia asseguram que a informação seja protegida e não seja violada. A criptografia é segurança e privacidade ao mesmo tempo, dois pilares fundamentais que se complementam como sustentáculo do progresso de nossas sociedades. Por isso, condenamos pedidos orientados a limitação ou à proibição da criptografia e convocamos a todas as partes interessadas para trabalhar em conjunto em prol da segurança digital.

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